sábado, 15 de abril de 2006

Kung Fu Futebol Clube: uma ótima comédia que alia artes marciais e futebol.

"Kung Fu Futebol Clube" (Shaolin Soccer, Hong Kong, 2001) do diretor Stephen Chow é um daqueles filmes que seria impossível não rir do começo ao fim. Ele satiriza os efeitos especiais do filme "Matriz" ao extremo, e até faz alusão de uma cena de "Jurassic Park" (o impacto das vibrações num copo d'água).

A sua história é bem simples: um time de futebol é formado por mestres do Kung Fu através de um técnico decadente e de um mendigo (Stephen Chow), com o objetivo de ganhar um campeonato local. E para chegar até o fim do campeonato, eles terão que enfrentar o temível "time do mal".

Eu tinha visto uma vez um pedacinho desse filme no Pay-per-view da DirectTV e achei muito engraçado. E agora há pouco tive a oportunidade de assistir a ele no canal 535, da Cinemax. E apesar de ser um filme simples - e até ingênuo - é muito criativo ao aliar artes marciais numa partida de futebol. E é até cativante o romance tímido da moça dos pães doces com o mendigo-jogador-lutador de kung fu.

Não quero estragar a expectativa daqueles que ainda não viram o filme, portanto, vou apenas dizer que é muito divertido se você não levá-lo muito a sério. E apenas para dar um tempero a mais, ele bateu recordes de bilheteria na Ásia, segundo o site Uol Cinema.

É uma pena que houve desleixo na distribuição da fita em DVD aqui no Brasil, pois foram cortados 30 minutos. Mas mesmo assim, valerá uma espiada.

E graças ao sucesso desse filme, o diretor chinês se consagrou internacionalmente com "Kung-fusão" (Gong Fu, China, 2004). Eu ainda não o vi, mas fiquei muito curioso e um dia vou vê-lo, pois os filmes chineses estão ganhando destaques depois dos filmes incríveis como "Herói", "O Clã das Adagas Voadoras" e, é claro, do "Tigre e o Dragão".

Em suma, assistir ao filme "Kung Fu Futebol Clube" seria como ver uma "partida de futebol + artes marciais + efeitos especiais" tudo junto. E aliado a ele, umas boas risadas também.

domingo, 9 de abril de 2006

O filme "Meninos de Deus" merece ser descoberto.


Na semana passada, eu vi o filme "Meninos de Deus" (The Dangerous Lives of the Altar Boys, EUA, 2002) do diretor Peter Care. Os atores são conhecidos: Jodie Foster, Kieran Culkin, Vicent D'Onofrio e Jena Malone.

A história se refere a um grupo de quatro meninos que decidem criar uma revista em quadrinhos sobre o qual eles são os super-heróis, e os vilões são os professores.

O título brasileiro prejudica esse bom filme, pois faz lembrar uma história religiosa ou coisa do gênero. Mas se basearmos no título original, com toda a certeza despertará a atenção dos curiosos.

O interessante é que o filme é dividido em duas partes: enquanto os quatro garotos aprendem a conviver com os sentimentos próprios da sua idade (como a descoberta do amor, anseios e medos, a dor da adolescência), há uma outra história paralela em forma de desenho animado que traduz seus pensamentos (a animação é de Todd McFarlane, criador do personagem Spawn).

Há muito humor negro nesse filme, uma pitada de inocência, um pouco de romance, histórias em quadrinhos, super-heróis e vilões.

O roteiro é semelhante ao filme "Conta Comigo"(Stand by Me, EUA, 1986) de Rob Reiner. Mas mesmo assim, "Meninos de Deus" é um filme inovador para quem quer enxergar mais longe. Pois segundo alguns críticos, não é um filme para adolescentes e, sim, um filme que fala sobre a adolescência. Ou seja, é um filme mais destinado ao público adulto que poderá resgatar, em suas lembranças, o peso da adolescência.

Porque quem já vivenciou essa fase poderá entender melhor os nuances da descoberta do mundo adulto.

sábado, 1 de abril de 2006

Eu recomendo o filme "O Plano Perfeito" de Spike Lee.

Ontem, eu e minha esposa assistimos ao filme de Spike Lee "O Plano Perfeito" no cinema. E como era de se esperar desse grande diretor negro, houve críticas raciais, porém com uma pitada de ironias inteligentes.

E não somente sobre o atrito entre negros e brancos, mas também sobre os povos do Oriente Médio (um indiano é confundido com um árabe), latinos ("chicanos"), e habitantes da Europa Oriental ("armênio" e "albanês" não são a mesma coisa).

Spike Lee não conta somente mais um episódio de assalto a banco. E apesar de ser um filme comercial, ele reinventa este tema tão batido "salpicando para o público" uma trama tão ousada quanto inteligente.

Segundo o crítico Pablo Villaça, do site Cinema em Cena, o filme é intrigante e tenso, porém é prejudicado pela sua trama: se o conteúdo da caixa-forte é tão embaraçoso, por que o banqueiro (Christopher Plummer) o mantém intacto, ao invés de destruí-lo? Mas apesar de alguns erros, Pablo elogia esse trabalho inteligente do diretor.

Por outro lado, segundo o crítico Celso Sabadin, do site Cineclick, Spike Lee amadureceu bastante e está cada vez melhor, assim como Pedro Almodóvar e Woody Allen. E para quem quiser ver uma boa história de mocinho e bandido, será uma ótima opção.

Apesar das controvérsias dos críticos, será um filme memorável. E se Spike Lee conseguiu deixar a sua marca de novo, realmente foi mais um "Plano Perfeito" desse célebre diretor.


P.S.: Apenas para constar (caso alguém não saiba), um filme "forte" de Spike Lee conhecido pelo público é "Malcom X". Este filme faz uma ideologia oposta à Martin Luther King, ou seja, Malcom X defende a segregação racial entre brancos e negros com apoio à luta armada (caso seja necessário). No início desse filme, uma bandeira americana pega fogo e se transforma numa grande letra "X". Imagine a bomba... e suas repercussões durante todo esse filme.